domingo, 17 de novembro de 2013

A Educação Contextualizada como uma ferramenta transformadora




A região do Semiárido brasileiro é uma das regiões do Nordeste que mais sofre com preconceito e estereótipos. Tratada com um grande grau de inferiorização pelos demais estados, por estar localizada em uma região de clima seco, pouca chuva e com grande número de analfabetos e evasão escolar. Porém, pouco se discutem as potencialidades de desenvolvimento do Semiárido, possibilidades essas que são fortalecidas a partir de ações que correspondem às especificidades culturais, econômicas, sociais, educacionais e ambientais. Dentro dessas ações está a proposta da educação contextualizada.

Essa proposta é assegurada pela legislação que regula o sistema educacional no Brasil, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) que foi promulgada em 1996. A partir dessa lei, as instituições de ensino devem trabalhar os conteúdos curriculares metodológicos de acordo com as necessidades dos estudantes e sua realidade local. A utilização de elementos contextualizados na prática de ensino começou a ser difundidos no Território do São Francisco em meados dos anos 90, pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA.

O Irpaa iniciou o trabalho de Educação Contextualizada com o Semiárido para os agricultores e agricultoras no espaço de educação não formal, porém de forma esporádica, alguns educadores participavam desse momento de construção de conhecimento, relacionando os conteúdos didáticos com a realidade ao qual estão inseridos os educandos. Porém, a partir de 1997, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, criou um setor pedagógico, que desenvolve atividades na formação de educadores, assessoria os municípios na elaboração e propostas de políticas pedagógicas.

A proposta de Educação contextualizada no Semiárido

A Educação Contextualizada é fundamentada na desconstrução do currículo educacional universalista, que desconsidera as particularidades de cada região e dos professores e estudantes.  A metodologia da educação contextualizada no Semiárido tem sido desenvolvida a partir de duas vertentes. A educação contextualizada no ambiente escolar das áreas rurais, sendo a educação contextualizada no campo.

A segunda vertente é a educação contextualizada para a convivência com Semiárido, que abrangem tanto as escolas rurais, como as da zona urbana. A partir dessa proposta o educador aborda e discute a região Semiárida e suas particularidades dentro do plano de aula, contribuindo na desconstrução dos estereótipos do chão rachado, além de auxiliar os estudantes na construção de um olhar crítico e transformador do contexto ao qual ele faz parte.

Hoje a educação contextualizada voltada para o Semiárido vem sendo colocada em prática por diversas escolas e instituições de ensino na região, a exemplo do curso de especialização e Convivência com o Semiárido e o Mestrado em Educação cultura e territórios semiáridos, que vai ter inicio na Uneb. Para geógrafa Luzineide Dourado Carvalho, e coordenadora do projeto Núcleo de pesquisa e extensão de educação contextualizada para convivência com o semiárido ( NEPEC),  o mestrado vai ajudar a enxergar que a região do Semiárido, tem suas características diferenciadas “estamos em um território que tem suas particularidades, especificidades, construção histórica e geográfica e cultural simbólica de perceber esse lugar aqui”. E que é necessário os professores estejam atentos a essas particularidades.

Por: Gisele Ramos

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