A região do Semiárido
brasileiro é uma das regiões do Nordeste que mais sofre com preconceito e
estereótipos. Tratada com um grande grau de inferiorização pelos demais
estados, por estar localizada em uma região de clima seco, pouca chuva e com
grande número de analfabetos e evasão escolar. Porém, pouco se discutem as
potencialidades de desenvolvimento do Semiárido, possibilidades essas que são
fortalecidas a partir de ações que correspondem às especificidades culturais,
econômicas, sociais, educacionais e ambientais. Dentro dessas ações está a
proposta da educação contextualizada.
Essa proposta é assegurada
pela legislação que regula o sistema educacional no Brasil, Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) que foi promulgada em 1996. A partir
dessa lei, as instituições de ensino devem trabalhar os conteúdos curriculares
metodológicos de acordo com as necessidades dos estudantes e sua realidade
local. A utilização de elementos contextualizados na prática de ensino começou
a ser difundidos no Território do São Francisco em meados dos anos 90, pelo
Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA.
O Irpaa iniciou o trabalho
de Educação Contextualizada com o Semiárido para os agricultores e agricultoras
no espaço de educação não formal, porém de forma esporádica, alguns educadores
participavam desse momento de construção de conhecimento, relacionando os
conteúdos didáticos com a realidade ao qual estão inseridos os educandos.
Porém, a partir de 1997, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária
Apropriada, criou um setor pedagógico, que desenvolve atividades na formação de
educadores, assessoria os municípios na elaboração e propostas de políticas
pedagógicas.
A proposta de Educação
contextualizada no Semiárido
A Educação Contextualizada é
fundamentada na desconstrução do currículo educacional universalista, que
desconsidera as particularidades de cada região e dos professores e
estudantes. A metodologia da educação
contextualizada no Semiárido tem sido desenvolvida a partir de duas vertentes.
A educação contextualizada no ambiente escolar das áreas rurais, sendo a
educação contextualizada no campo.
A segunda vertente é a
educação contextualizada para a convivência com Semiárido, que abrangem tanto
as escolas rurais, como as da zona urbana. A partir dessa proposta o educador
aborda e discute a região Semiárida e suas particularidades dentro do plano de
aula, contribuindo na desconstrução dos estereótipos do chão rachado, além de
auxiliar os estudantes na construção de um olhar crítico e transformador do
contexto ao qual ele faz parte.
Hoje a educação contextualizada
voltada para o Semiárido vem sendo colocada em prática por diversas escolas e
instituições de ensino na região, a exemplo do curso de especialização e
Convivência com o Semiárido e o Mestrado em Educação cultura e territórios
semiáridos, que vai ter inicio na Uneb. Para geógrafa Luzineide Dourado
Carvalho, e coordenadora do projeto Núcleo de pesquisa e extensão de educação
contextualizada para convivência com o semiárido ( NEPEC), o mestrado vai ajudar a enxergar que a região
do Semiárido, tem suas características diferenciadas “estamos em um território
que tem suas particularidades, especificidades, construção histórica e
geográfica e cultural simbólica de perceber esse lugar aqui”. E que é
necessário os professores estejam atentos a essas particularidades.
Por: Gisele Ramos
Nenhum comentário:
Postar um comentário