sábado, 23 de novembro de 2013

"Se assuma, ser negão é massa"

Na semana que é comemorado o dia da consciência negra (20 de novembro), fui surpreendida com uma história que nunca tinha pensado que existiria. Conversando sobre a maioria da população brasileira, já que 51% das pessoas se consideram negras, segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma psicóloga me confidenciou que certa vez escutou uma história, no mínimo curiosa, sobre uma criança negra.

Era uma menina, que sofria preconceito na escola, era chamada de apelidos pejorativos por causa da sua raça. Devido a essa aversão que os colegas sentiam por ela, a criança desenvolveu um sério medo de pessoas negras, não podia ver alguém negro na rua que começava a chorar e fazer escândalo onde estivesse. Certa vez, a mãe entrou no banheiro e a menina estava se olhando no espelho, falando “eu sou branca, meu cabelo é liso e eu sou linda”.

Depois de ouvir a história, comentei sobre a dificuldade que as pessoas têm em falar que o outro é negro. “É bem moreno, quase negro”, já escutei essa frase inúmeras vezes, minha vó sempre disse, “não existe raça morena, ou é branco, ou é negro”. Muitas pessoas temem em chamar a outra de negra, como se isso fosse uma espécie de termo ruim.

Percebi o quanto é difícil educar uma criança, a psicóloga explicou que o preconceito começa quando os pais chamam o colega por características pejorativas, como “aquele seu amigo, do cabelo ruim”. Concluir que os pais devem dar exemplos e prestar atenção no seu filho, porque muitas vezes deixamos de educar pessoas que vão contribuir para o crescimento do país, para criar monstros.



Por: Ana Marina Caldeira


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